sábado, 29 de setembro de 2012

Nossa confiança precisa estar em Deus

A nossa confiança não está em qualquer coisa ou em qualquer pessoa, mas sim em Deus, porque se Lhe pedimos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. Com isso a alegria já pode entrar em nosso coração, pois, mesmo antes do pedido ser atendido, já sabemos que fomos ouvidos pelo Pai.


A maior prova de que Deus nos ama é que existimos, pois a maior graça é que Ele é o dom da sua vida, e é pelo mesmo amor que Ele mantém a nossa vida.

Se estamos envolvidos em um projeto bom, com certeza enfrentaremos inúmeras dificuldades, tribulações e tentações por parte do maligno, mas se o desejo do nosso coração é fazer o bem e a caridade, Deus irá permitir que nosso sonho se concretize.

É vontade d'Ele que nos santifiquemos, por isso, Ele coloca nossos olhos n'Aquele que foi Santo, Seu Filho Jesus Cristo. Enquanto tivermos os olhos voltados para Cristo, todos os nossos atos, desejos e palavras serão via para nossa santificação, e isso sempre será ouvido pelo Senhor.

Não é apenas nosso direito pedir por coisas boas, mas nosso dever. Afinal, a fé é a confiança que nos faz avançar, mesmo sem ver o resultado das coisas que pedimos, ou seja, pedir ao Pai é um exercício de fé e perseverança nas Suas promessas.

Assim, é com a nossa salvação, pois mesmo antes de vislumbrá-la, face a face com Deus, nós já sabemos que fomos salvos por Cristo.

Quando rezamos por alguém que nos fez mal, não é para que ela sofra as consequências dos seus atos e seja punido, mas para que o mal seja quebrado e, por meio da nossa intercessão, ele encontre o seu caminho de salvação.

Santa Terezinha, por ser enclausurada no convento, tinha o hábito de interceder por pessoas à distância, e ela mesma nos diz que o poder da intercessão à distância é muito maior que o poder da evangelização presente, como acontece em uma pregação ou em um grupo de oração.

Na Bíblia, quando Jó fica doente, seus amigos vão visitá-lo e se posicionam contra ele e a favor de Deus, dizendo que ele era orgulhoso, tirando proveito daquele que já estava caído. Mas a intercessão de Jó, em favor do seus amigos, os salva da ira do Senhor.

Deus é sempre misericórdia e perdão. Mas pecado contra o Espírito Santo é dizer que não queremos a ação do Pai em nossas vidas, ou seja, nos fecharmos para o perdão, dizendo que não precisamos da piedade do Senhor.

Este pecado acontece quando dizemos que jamais queremos estar na presença de um Deus que nos deixa sofrer ou quando falamos que estamos cientes do pecado que cometemos e jamais iremos nos arrepender disso.

A intercessão sobre essas pessoas é um dever nosso, pois precisamos rezar por elas para que façam uma experiência com o Espírito Santo, o qual chamamos de batismo no Espírito, uma forma de abri-se para as ações de Deus.

Se você quer se preservar do mal, existe apenas uma solução: ser cheio do Espírito Santo. O demônio não pode fazer nada contra nós se nossa vida estiver nas mãos de Deus, porque ser do Senhor é ser guiado por Ele e romper com tudo que ainda nos aproxima do príncipe deste mundo.

Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza
www.cancaonova.com

Significado dos Símbolos do Batismo



EXPLICAÇÃO DOS SÍMBOLOS

NOME (APRESENTAÇÃO DA CRIANÇA)


O nome da criança é muito importante. Ele representa que é o único para Deus e para a humanidade. Valorizar o nome de alguém é reconhecer a sua dignidade. No evangelho Jesus nos diz que o pastor chama cada uma das ovelhas pelo nome e caminha na frente delas. Deus é assim: Ele chama cada um por seu nome e guia o seu caminho.

O SINAL DA CRUZ


É o sinal do Cristo salvador, sinal da vida que vence a morte. A cruz, na época de Jesus, era um instrumento de condenação. Os que não cumpriam as leis, que cometiam algum crime eram crucificados. Quem era pregado na cruz não tinha direito à sepultura, ficava pregado na cruz até que o corpo fosse sendo consumido pelo tempo e comido pelos animais e aves. Era um jeito bárbaro de amedrontar as pessoas que transgrediam as leis.

O Filho de Deus participou da pior condenação. Foi acusado de subversivo. Se opôs a normas e leis que impunham um fardo pesado incapaz de ser carregado pelos pobres.

Foi condenado à morte e morte de cruz. Mas nela não permaneceu, pois ressuscitou. A partir desse momento a cruz não é mais sinal de morte e condenação, mas sinal de vida, de libertação, salvação e vitória. Por isso a criança é marcada com o sinal da cruz, o sinal da vitória da vida sobre a morte.

INVOCAÇÃO DOS SANTOS


A Igreja terrestre une-se a Igreja  Celeste para receber esta nova vida e interceder a nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens,  Jesus Cristo.

UNÇÃO COM ÓLEO


Na celebração do batismo a criança é ungida duas vezes: no peito e na cabeça.

Quando a criança é ungida no peito lembramos que o Cristo deve penetrar na vida da criança  como o óleo penetra no seu peito. Depois, no final da celebração a criança é ungida de novo, mas na cabeça. Com esta unção lembramos que o batizado participa da mesma missão de Jesus: Sacerdote, profeta e rei. Como sacerdote oferece sua vida,se doa, como profeta se torna porta vos de Deus anunciando sua palavra e como rei serve como Jesus serviu, lavando os pés dos discípulos.

Na Bíblia as pessoas eram ungidas para cumprir uma grande missão. No Batismo a unção vai lembrar que aquele que está sendo batizado deve ser um cristão lutador, que vai combater as forças do mal. O cristão, aquele que foi batizado não pode ser omisso, ficar em cima do muro. Ele foi ungido para a missão, para ser participante da Igreja de Cristo.

O óleo é abençoado na Missa dos Santos óleos na quarta-feira da semana Santa .


PROFISSÃO DE FÉ 


O batismo não é um ato social, mas deve brotar da fé dos pais e padrinhos. Por isso durante a celebração do batismo somos chamados a renunciar tudo o que não presta, o pecado. Depois de renunciar o pecado somos chamados a professar a fé que queremos para nossos filhos e afilhados

ÁGUA 

A água é outro elemento que a natureza nos oferece e que usamos no batismo. A água é o elemento purificador, que lava, limpa e renova. Ela faz germinar a semente, é fonte de vida.  Sem água tudo morre.

Na Bíblia encontramos diversas citações onde Deus salva o povo por meio da água.

Moisés, quando criança, foi salvo das águas do Rio Nilo. O povo Hebreu ficou livre da escravidão do Egito ao atravessar as águas do Mar Vermelho. O próprio Jesus foi batizado nas águas do Rio Jordão.

O batismo é um mergulho na vida divina. Aquele que preside a celebração derrama  a água na cabeça da pessoa (criança ou adulto) dizendo: Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo. Somos batizados em nome da Santíssima trindade. Por isso, sempre que fazemos o sinal da cruz lembramos o nosso batismo.

VESTE BRANCA

O batismo é um novo nascimento. Aquele que foi batizado desveste-se do homem velho e reveste-se do ressuscitado. A veste branca simboliza que o batizado se revestiu de Cristo (Gl 3,27); ressuscitou com Cristo. De todo batizado a Igreja pede que mantenha essas vestes brancas (a vida de Cristo) “imaculadas até a vida eterna”.

LUZ (VELA)

Quando nos falta a luz a escuridão nos faz tropeçar, cair. No rito da celebração a vela que é entregue aos pais e padrinho é acesa no círio pascal. O círio pascal foi aceso no Sábado Santo quando celebramos a ressurreição de Jesus, a vida que vence a morte, a luz que vence as trevas. Do Cristo-luz, do Cristo vencedor é que recebemos a luz que nunca deve se apagar. Eis as palavras do Padre ao entregar a vela acesa: “A vocês pais e padrinhos, é confiada a missão de ampliar essa luz para que estas crianças iluminadas por Cristo, vivam sempre como filhos da luz e, perseverando na fé, possam sair ao encontro do Senhor, com todos os santos quando ele voltar”.

Portanto, somos filhos da luz e não caminhamos por entre as trevas. Fomos iluminados e teremos também que iluminar a vida dos outros; “Vós sois a luz do mundo.. brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5,14-16)

ÉFETA

Palavra Grega que significa abra-te , para ela ouvir a palavra de Deus e anunciá-la ( O sopro ) - Jesus disse de novo para eles: A paz esteja com vocês. Tendo falado isso: soprou sobre os apóstolos, dizendo: Recebam o Espírito Santo. Quando chegou o dia de Pentecostes, o sopro de um forte vendaval precedeu a chegada do Espírito.

 
DOCUMENTO - (PAI-NOSSO) - Atendendo ao pedido de seus discípulos (“Senhor, ensina-nos a orar”).  Jesus lhes confia a oração cristã fundamental do Pai-Nosso“ A Oração  Dominical é o resumo de todo o Evangelho”, a mais perfeita das orações. Está no centro das Escrituras.Porque vem do Senhor Jesus, Mestre e Modelo de nossa oração.

CONSAGRAÇÃO Á NOSSA SENHORA


Neste dia em que estas crianças entram na Igreja pelo Santo Batismo , vamos confiá-las a especial proteção de Maria , mãe de Deus e dos Discípulos de Jesus.



Fonte:http://www.paroquiasagradaface.org.br

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Santo do Dia


27 de Setembro.

 
São Vicente de Paulo
(1581-1660)
Fundou as congregações:
A Confraria das Damas da Caridade
Os Servos dos Pobres
Os Padres da Missão
Os Padres Lazaristas
e as Filhas da Caridade
Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581.
 
Na infância, foi um simples guardador de porcos, o que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de sua época. Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio "dono", que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao cristianismo.
 
Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte.
 
Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil pessoas famintas.
 
Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser o ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para a caridade: a "Confraria das Damas da Caridade", os "Servos dos Pobres", a "Congregação dos Padres da Missão", conhecidos como padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as "Filhas da Caridade", em 1633.
 
Este homem prático, firme, dotado de senso de humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: "Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto", morreu em Paris no dia 27 de setembro de 1660.
 
Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem, ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Na Liturgia, o Mistério de Cristo se faz atual, afirma Bento XVI


Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 26-09-2012, Gaudium Press) – A liturgia como escola de oração foi o tema da catequese de Bento XVI, nesta quarta-feira. “É o próprio Senhor que nos ensina a rezar” – afirmou o Pontífice para os 25 mil fiéis e peregrinos diante da Basílica Vaticana. Depois de dois meses, o Papa volta a fazer sua catequese na Praça São Pedro.
O Santo Padre ensinou que “na realidade, somente em Cristo o homem é capaz de se unir a Deus com a profundidade e a intimidade que um filho tem com seu pai. E, em seguida, explicou que “para aprender a viver com mais intensidade a relação pessoal com Deus Uno e Trino, aprendemos a invocar o Espírito Santo, primeiro dom do Ressuscitado aos que creem”. Completando seu pensamento, afirmou: “Na leitura e na meditação das Escrituras, o Espírito Santo nos ensina a rezar” – completou.
A síntese do que quis transmitir Bento XVI, a ideia central expressa em suas palavras é de que existe outra fonte para crescer na oração, que está estritamente relacionada com a precedente: a Liturgia, âmbito privilegiado em que Deus fala com cada um de nós e aguarda nossas respostas.
Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, Liturgia, segundo a tradição cristã, significa a participação do Povo de Deus na obra de Deus. E de que obra de Deus somos chamados a participar? O Concílio Vaticano indica duas respostas: a primeira são as ações históricas que nos salvam, culminadas na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo; e a segunda, na celebração da liturgia como «obra de Cristo».
Os dois significados são inseparavelmente ligados, e se resumem na ação de Cristo através da Igreja, especialmente no Sacramento da Eucaristia, no Sacramento da Reconciliação e em outros atos sacramentais que nos santificam. Assim, o Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo foi o centro da teologia litúrgica do Concílio. De fato, o Papa recordou que o esquema da Liturgia foi o primeiro tema discutido no Concílio Vaticano II, e também o primeiro a ser aprovado.
Em sua palavras o Santo Padre citou novamente o Catecismo, quanto recordou que “toda celebração sacramental é um encontro dos filhos com Deus e com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, e tal encontro se realiza no diálogo, por meio de ações e palavras”. “Portanto, a primeira condição para uma boa celebração litúrgica é que haja oração e conversa com Deus: escuta e resposta. E o elemento fundamental, primário, do diálogo com Deus na liturgia, é a concordância entre o que dizemos com os lábios e o que trazemos em nosso coração.
Para concluir sua Catequese de hoje, Bento XVI insistiu que, com esta atitude, nossos corações estarão livres dos fardos deste mundo e subirão ao alto, rumo à verdade e ao amor. (JSG)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O ímpio e o justo

O ímpio tem uma lógica contra a vontade de Deus. Ele não se preocupa com o bem comum. Seu objetivo é satisfazer desejos egoístas, contrapõe-se ao modo de pensar e de proceder da pessoa justa, inclusive perseguindo-a em suas atividades. O justo teme a Deus e faz tudo respeitando os direitos e a justiça com as pessoas.

A inveja e as preocupações egoístas causam desordens e todo tipo de más ações na vida. É a prática dos injustos, dos hostis às leis e contrários aos princípios orientadores de Deus. Reina a prepotência, a afronta ao justo com calúnias, perseguições, podendo chegar até à morte. As consequências muitas vezes são drásticas.

Não é fácil a mudança de mentalidade de quem passou por um tipo de formação que marcou profundamente o seu modo de agir. Sendo na ambição pelo poder, uma mudança vai depender de exigências fortes. Pois, a ideologia dos poderosos é atraente. Com isto a prática do serviço ao outro é trocada por disputas egoístas.

Na visão cristã, seguindo as orientações de Jesus, podemos dizer com o Evangelho: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9, 35). Entre o ímpio e o justo existe uma grande distância, que só vai ser superada quando houver abandono do “ser maior”, tornando-se “servidor” das pessoas.

Devemos entender que a sabedoria vem do alto, vem de Deus como proposta justa para uma boa convivência e respeito entre as pessoas. As diferenças egoístas causam insatisfação, sofrimento, lutas, guerras, cobiças, insensatez etc. Como podemos sonhar com um mundo fraterno se existem atitudes injustas por todo lado!?

Podemos nos orientar através de duas lógicas, a do ímpio, ou a do justo. Isto fica evidente no nosso modo normal de proceder. Sabemos da dificuldade de ser justo numa sociedade marcada por tantos sinais de corrupção, de injustiças e de morte. Aí não está o reino da sabedoria que vem do alto, não é o Espírito de Deus como fonte do bem.


Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO 
ARCEBISPO DE UBERABA - MG
www.bispado.org.br

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

21 de setembro São Mateus


No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus. A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo. Um dos piores rendeiros da época era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o "dom de Deus". Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi. Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: "Segue-me". Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rendoso negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus. 

Acredita-se, mesmo, que tal mudança não tenha realmente ocorrido dessa forma, mas sim pelo seu próprio e espontâneo entusiasmo no Messias. Na verdade, o que se imagina é que Levi havia algum tempo cultivava a vontade de seguir as palavras do profeta e que aquela atitude tenha sido definitiva para colocá-lo para sempre no caminho da fé cristã. 

Daquele dia em diante, com o nome já trocado para Mateus, tornou-se um dos maiores seguidores e apóstolos de Cristo, acompanhando-o em todas as suas caminhadas e pregações pela Palestina. São Mateus foi o primeiro apóstolo a escrever um livro contando a vida e a morte de Jesus Cristo, ao qual ele deu o nome de Evangelho e que foi amplamente usado pelos primeiros cristãos da Palestina. Quando o apóstolo são Bartolomeu viajou para as Índias, levou consigo uma cópia. 

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos. 

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem. 

No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.

domingo, 16 de setembro de 2012

Nossa Senhora Protetora dos Nascituros


Ó Senhora nossa Maria Santíssima! Carregados de imperfeições, pecados e vícios, ousamos comparecer diante do Vosso trono de bênçãos. Não vimos aqui para pedir-Vos nem ouro nem prata, nem riqueza alguma. Nem sequer vimos falar de nossas necessidades espirituais.
Vimos, tão-somente, para apresentar-Vos a nossa súplica em favor daqueles a quem é negado o direito sagrado de nascer; em favor dos que têm a vida ameaçada por aqueles que a deveriam defender.
Senhora, iluminai as mulheres que têm o poder de gerar; mostre-lhes o quanto é maravilhoso ser mãe.
Despertai a consciência dos médicos, para que jamais cortem estas flores em botão, sob o falso pretexto de proteção à vida das mães.
Ó vencedora das grandes batalhas de Deus, fazei compreender aos homens que não é a fecundidade humana que torna o mundo pequeno, e sim as injustiças e a ambição desenfreada.
Ó Senhora Protetora dos Nascituros, fazei valer Vossa onipotência suplicante diante do trono do Divino Salvador, a quem protegeste contra a perseguição de Herodes, fugindo para o Egito.
Finalmente Vos pedimos, Senhora: multiplicai os apóstolos da Vida, como as estrelas do céu e as areias das praias, para que os partidários do aborto e as mães e pais indignos deste nome, se sintam confundidos e humilhados. Reconhecendo a sua crueldade, se voltem a Deus, fonte da Vida. Fazei que, quanto antes, seja proclamada a vitória da vida sobre a morte, e o sorriso das crianças seja a alegria de todos os lares.
Isso Vos pedimos, por Cristo, Nosso Senhor. 
Amém.

sábado, 15 de setembro de 2012

Ouvintes e Servidores da Palavra


Ao longo do mês da Bíblia somos convidados a uma leitura mais assídua da Palavra de Deus.
 São Tiago recomenda receber com humildade a Palavra que em nós foi implantada e que é capaz de salvar as nossas almas.
 Não basta, porém, sermos meros ouvintes da Palavra, enganando-nos a nós mesmos, mas praticantes da Palavra (cf. Tg 1, 21-22). 
É a Palavra que nos salva. Mas para isso é necessário pô-la em prática como expressão de vida no amor. Não basta conhecer e saber o Evangelho; é preciso convertê-lo e transformá-lo em vida.
 Temos de ser terra boa, bem preparada, adubada, onde a Palavra do Senhor enraíza e cresce.
A Palavra de Deus é amor.
 Quem ama, cumpre e vive a Palavra. Quem se aproxima dos pobres e dos mais necessitados e se compadece dos aflitos e sofredores, é praticante da Palavra, agrada aos olhos e ao coração de Deus.
A Palavra de Deus é vida e ação. Quando a Palavra de Deus tiver produzido o seu fruto, voltará à nascente, cumprida a missão.
 Só será plenitude e perfeita compreensão, quando se tiver cumprido em nós (cf. Is 55, 10-11).
Deus quer a salvação de todo ser humano, e o mundo inteiro é terra boa dos seus cuidados. Por isso, mandou profetas a preparar caminhos e, chegada a plenitude dos tempos, enviou o seu próprio Filho (Gl 4, 4), divina semente, Palavra de vida eterna. 
Não há terreno duro onde o Senhor não lance a semente. Preocupações, riquezas e cuidados podem sufocar a Palavra, mas o amor misericordioso do Pai não rejeita nenhum de seus filhos e filhas. A nossa mediocridade e lentidão de inteligência (cf. Lc 24, 25) não impedem a mão de Deus.
A alma que lesse a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morreria de sede à beira da fonte de água viva.
 Portanto, redescubramos a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). Redescubramos sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização, na vida pessoal e comunitária…
Feitos discípulos(as) missionários(as) de Cristo, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciando-a aos corações acolhedores. A Palavra do Senhor seja nossa alegria diária.
 Recomenda-se aos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização a leitura orante da Palavra de Deus, caminho seguro para um salto de qualidade na vivência da fé e do amor.
A leitura meditada e rezada da Palavra leva a um encontro vital e transformador com Cristo, tornando-nos discípulos(as) e servidores(as) da Palavra de Deus na missão da Igreja. Aliás, a “Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela” (VD, 3). Quais filhos e filhas desta Igreja, somos enviados para anunciar a todos a Palavra que é Cristo. 
Tendo-a escutado, respondamos “com a obediência da fé” (cf. Rm 1, 5; 16, 26) e “o ouvido do coração”, a fim de que as nossas palavras, opções e atitudes “sejam cada vez mais uma transparência, um anúncio e um testemunho do Evangelho”, e vivamos por Ele (cf. 1 Jo 4, 9)” (CNBB, Doc 97, n. 92).
A exemplo de Maria Santíssima, vivamos a plena obediência da fé em sintonia com a Palavra de Deus. Escutando a Palavra com o ouvido do coração, cresceremos na fé, na esperança e no amor.

Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Exaltação da Santa Cruz





A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.

A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)

No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)

Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!” 

A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.

Por: Pe. Candido Ap. Mariano
Pároco da Paróquia Santa Cruz e São Dimas - Piracicaba Sp

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Maria - Um modelo de fé

O Evangelho de Lucas é o que mais apresenta a figura de Míriam (em nossa língua: Maria) como participante dos mistérios de Cristo.

O evangelista quer mostrar em Maria um perfeito modelo de vida cristã ou uma preocupação de querer dizer às comunidades nascentes que em Maria, se antecipa a vocação da Igreja e de cada cristão em relação à revelação divina dada em Jesus Cristo.
Maria é sempre apresentada como uma presença discreta, preocupada somente com a compreensão e a realização da vontade do Pai, a partir dos acontecimentos na vida de Jesus, segundo nos permite dizer o evangelista: “Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos em seu coração”. (Lc 2, 19). Assim, como não se pode falar de Jesus, sem falar de sua mãe, Maria de Nazaré; assim, não se pode falar da verdadeira Igreja de Cristo, sem tomar em consideração o amor e a devoção com que, desde o começo, o povo de Deus invoca Nossa Senhora; assim, não podemos deixar falar do papel de Maria Santíssima em nossa vida de Cristãos.

A VIDA DE MARIA DE NAZARÉ

É bom lembrarmos um pouco a vida de Maria. Na simplicidade dos fatos narrados no Evangelho, é revelada a nós a humanidade e, ao mesmo tempo, toda a grandeza de Nossa Senhora:
  1. O chamado de Deus e o “Sim” de Maria (Lc 1, 26-38);
  2. Maria visita e ajuda sua prima Isabel (Lc 1, 39-56);
  3. Maria e o nascimento de Jesus (Lc 2, 1-20), (Mt 1, 18-25), (Mt 2, 13-23);
  4. Maria, José e o menino Jesus vão ao Templo (Lc 2, 21-51);
  5. Maria e Jesus na festa de Casamento em Cana da Galiléia (Jo 2, 1-12);
  6. Maria aos pés da cruz (Jo 19, 25-27);
  7. Maria no Cenáculo com a Igreja de seu filho (At 1, 12-14);
MARIA É A MÃE DA IGREJA
“Eis aí tua Mãe.”: a Igreja sempre acreditou que estas palavras-testamento de Jesus do alto da cruz ao apóstolo e evangelista João, são para todos os discípulos de Jesus, de todos os tempos. Assim, desde o começo, os cristãos amam, veneram e a invocam como Mãe. A mãe de Jesus, verdadeiramente, é mãe do povo de Deus, Mãe da Igreja! A concepção virginal de Maria é um sinal de caráter gratuito da redenção. Esta se deve não à vontade da carne, nem à vontade do homem, mas a gratuita e livre iniciativa de Deus. O que a Igreja Católica Apostólica Romana crê acerca de Maria funda-se no que ela acredita a respeito de Cristo, o que a fé ensina sobre Maria é iluminada por sua fé em Cristo. E não há dúvida: o povo de Deus ama Nossa Senhora! Foi o amor e a devoção a ela, que, durante séculos, sustentou a fé de nosso povo, também onde não existia quase nenhuma presença Pastoral. Ela foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição (Imaculada Conceição). Ela permaneceu sempre virgem (Virgindade Perpétua) durante o nascimento de Jesus e durante toda a sua vida terrena. “A Imaculada Mãe de Deus, sempre virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma...” (Assunção ao Céu).

Ela não teve outros filhos, pois qual seria o significado de Jesus entregá-la à João, o discípulo mais amado, aos pés da cruz? Jesus estava indo para a casa do Pai e José já havia morrido, logo, Maria ficaria sozinha. Se tivesse outros filhos, Jesus não poderia fazer isso.

Foi o carinho para com a Mãe de Deus, que fez com que o povo inventasse para ela uma porção de nomes e imagens correspondentes. Cada nome é uma prova da certeza do povo de que Maria está presente em todos os momentos de sua vida; ou é uma lembrança dos lugares de maior devoção Mariana: N.sra. de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe, etc. No Brasil, o povo escolheu como forma predileta de venerá-la, o nome de N.sra. Aparecida. A profecia da moça de Nazaré (“todas as gerações hão de me chamar de bem-aventurada”) tornou-se realidade! Como os apóstolos que nos dias, que antecederam ao dia de Pentecostes, reuniram-se com Maria.  Queremos que Maria esteja junto da gente. Precisamos dela: como mãe e companheira de Caminhada.


Por: Juberto Santos
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terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Fé: Principal virtude de Maria




" Bem aventurada aquela que acreditou na Palavra do Senhor" Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas pelo Espírito Santo(Lc 1, 41) e focalizam a virtude principal de Maria: A Fé. 

A situação de mãe não beneficiaria em nada se não tivesse gerado Cristo no coração mais que no corpo. A Fé permitiu a Maria enfrentar, sem medo, o abismo insondável e desconhecido do plano salvífico de Deus. Não era fácil acreditar que Deus pudesse " assumir a forma humana" e morar entre nós( Jo 1,14), isto é, Que Deus se escondesse na insignificância do nosso dia a dia, assumindo a nossa fragilidade humana, sujeita a tantas humilhações.

Maria acreditou neste projeto "impossível" de Deus, confiou em Deu.

Todo Poderoso e se tornou a principal colaboradora da admirável iniciativa de Deus, que devolveu ao mundo a esperança.

Nós, Cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos.

O Cristão sabe que pode contar com Deus que muitas vezes escolhe o que é fraco e desprezado no mundo para confundir osa sábios e os fortes " para que ninguém pudesse se orgulhar na presença de Deus" ( 1 Cr 1, 29).

Na história da Igreja inúmeros exemplos do extraordinário modo de agir de Deus, deixando muita gente perplexa em procurar explicações humanas a respeito dos seus designios.

Que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.


Autor:Frei Rinaldo

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Bíblia - o amor jamais acaba




O mês de setembro é tempo de fortalecer nossa fé, rezar e trabalhar pela unidade de todos os cristãos em uma Igreja mais corajosa, mais eucarística e missionária. 

O ensinamento de Paulo em sua 1ª Carta aos Coríntios é baseado no amor como sustento da vida da comunidade. Se é sustento, a comunidade não pode viver sem o amor, correndo o risco, de, assim o fazendo, perder seu sustento e vindo a trocá-la por outros apoios que não o do Jesus. Amar sustenta a comunidade. Se a comunidade não se sente firme é porque deva rever o modo como o amor é experimentado dentro de si.  

Paulo é do mundo urbano, nascido em Tarso, viveu em Damasco, grande cidade, estudou em grandes escolas e era cidadão romano. Paulo é um exemplo de missionário: não trabalha sozinho; desperta lideranças, forma comunidades e lhes dá autonomia para caminhar na co-responsabilidade. É o missionário que faz da missão o grande sentido de sua vida. Mesmo empenho que mostrou na perseguição aos cristãos é mantido agora para o anúncio da Boa Nova de Cristo.

Paulo usou os recursos à sua disposição para fazer o Evangelho crescer em todas as direções. Assim, as cartas eram escritas para atender às necessidades bem concretas das comunidades: tirar dúvidas, criticar, corrigir, agradecer, informar, esclarecer problemas do dia-a-dia... No caso da comunidade de Corinto, as cartas foram escritas no calor dos acontecimentos a partir as informações vindas da casa de Cloé (1Cor 1,11), no meio dos trabalhos cotidianos e respondendo a questões das comunidades (cf. 1Cor 7,1). A carta aos Coríntios, do início ao fim, deixa claro que a caridade é que sustenta a comunidade e que o amor jamais acabará. 

Deste modo, ler, rezar, meditar, proclamar, ensinar a Bíblia deve ser uma constante para nossa vida de cristãos empenhados em descobrir a vontade de Deus-Amor para o sustento de nossas vidas. Não somente descobri-la, mas experimentá-la em nosso proceder. Por isso, o desejo da igreja que todos tiremos as bíblias das estantes e coloquemo-las em nossas mãos e corações para um manuseio mais íntimo e carinhoso com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus, que está plenamente revelado na Bíblia. Vamos usá-la em nossas meditações diárias, em nossas famílias, em nossos movimentos, em nossas pastorais e, enfim, em nossa Igreja toda. 

Espero que tenhamos um excelente mês da Bíblia deixando a caridade, o amor sustentarem nossas vidas.


Fonte: Padre Hércules Alves de Souza
Paróquia São José - Sabará
Diocese de Santo Amaro

sábado, 8 de setembro de 2012

Orientações do Catecismo da Igreja Católica para ler corretamente as Sagradas Escrituras


Tambem o Catecismo da Igreja Católica nos faz algumas ressalvas importantes, deixando-nos parâmetros interessantes para que possamos ter um bom entendimento da Palavra. Ao lermos um t

recho bíblico, devemos sempre observar:

1. Sentido Literal - É o sentido significado pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese que segue as regras da correta interpretação.

2. Sentido alegórico – É aquilo que vemos no texto, que nos permita entender o significado daquele texto, em Cristo. Por exemplo: A travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do Batismo. Não é apenas um milagre. Mas é algo mais significativo. Outro exemplo, quando vemos o Sacrifício de Isaac, vemos que no fim das contas, seu Pai sacrifica um cordeiro. Esse cordeiro, é uma alusão a Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.

3. Sentido moral - Os acontecimentos que encontramos na Palavra, tem um senso moral. Nos ensinam como devemos agir. Nos levam a uma atitude. Nos instruem.

4. Sentido anagógico – Toda a palavra de Deus, tem um senso que nos conduz ao eterno. A palavra de Deus nos conduz ao céu.

Portanto a Igreja nos ensina que, não podemos apenas pegar um único versículo e sair dando uma interpretação exclusivamente pessoal a ela. Precisamos pelo menos ler o trecho todo. Entender o contexto da palavra. É preciso saber também o contexto histórico, tanto que se você tiver uma bíblia católica, você vai perceber que antes de cada livro, a bíblia traz o resumo do mesmo, mostrando emque época da história aquele livro foi escrito, como se vivia naquele tempo, e tantas outras informações. Precisamos ter muito cuidado ao interpretar a palavra de Deus.

A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura , constituem um só depósito da palavra de Deus confiado à Igreja. O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo…
(Dei Verbum)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A Eucaristia


A EUCARISTIA - O QUE É.

A eucaristia é o centro, o cume, o ápice da vida da Igreja. A ela se ordenam todos os sacramentos e ministérios da Igreja.

O batismo é a porta que nos introduz na vida da Igreja, que nos leva a fazer parte do Corpo de Cristo, filhos de Deus e templos do Espírito Santo. O batismo nos dá a vida de Deus, a graça de Deus.

A eucaristia é a doação total de Deus ao homem. Na eucaristia, recebemos não só a graça, mas o próprio doador da graça: Jesus Cristo, segunda pessoa da Santíssima Trindade.

A eucaristia é algo tão espetacular, violento, improvável, estranho, - diria até: difícil de se aceitar - que Deus fez uma longa e cuidadosa preparação do povo, antes de se deixar entre nós neste mistério da eucaristia.

PREPARAÇÃO  REMOTA

O Cordeiro Pascal - Ex 12, 1 - 14
O Maná: Ex  16, 2 - 5
As Bodas de Caná: Jo 2, 1 - 12

PREPARAÇÃO  PRÓXIMA

Jesus anuncia a eucaristia um ano antes da Última  Ceia:  Jo 6.
E para preparar o povo para o anúncio da eucaristia Jesus faz três milagres mostrando que Ele não era uma pessoa qualquer e tinha poderes divinos:

  - a multiplicação dos pães: Jo 6, 1 - 15;
  - Jesus caminha sobre as águas: Jo 6, 16 - 20;
  - o barco chega, imediatamente,  à outra margem: Jo 6,21.

Quando os discípulos ouviram Jesus falar da Eucaristia: 
  “Eu sou o pão vivo que desce do Céu”;  Jo 6, 51
  “E como o Pai, que é vivo, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim aquele que comer de mim viverá por mim”; Jo 6, 57

a sinagoga de Cafarnaum se esvaziou: os Seus discípulos o abandonaram. Jesus disse, então, aos doze: - “E vós, não tendes intenção de partir?” Jo 6, 67

Jesus já estava ao final de dois anos de Sua pregação. Ele preferiu começar tudo de novo, com outros discípulos, com outros apóstolos, a abrir mão do mistério da Eucaristia.

PREPARAÇÃO IMEDIATA

Jesus manda os apóstolos prepara o lugar da Ceia: Lc 22, 7 - 15;
Jesus lava os pés dos apóstolos: Jo 13, 1 - 20

A Eucaristia é o primeiro, o último, o grande desejo de Cristo: “Desejo, ardentemente, comer esta Páscoa convosco antes de padecer”. Lc 22, 15

A Eucaristia é o legado de Cristo: o que Ele nos deixa, antes de voltar ao  Pai!

A  EUCARISTIA  É  UM  MEMORIAL

“Fazei isto em memória de mim”. Lc 22, 19   e   1 Cor 11, 24

No Antigo Testamento os símbolos, os ritos, as festas, embora com referências à natureza e aos momentos da vida social, tornam-se sinais de aliança, memória e atualização das obras admiráveis feitas por Deus na história, a favor de Seu povo.

De modo especial a Páscoa hebraica era a recordação, de modo participativo, da libertação da escravidão no Egito. Deus faz pelos participantes do rito Pascal, o que havia feito por seus pais no Egito. 

O memorial comunica a graça do acontecimento recordado. Na forma de convito sacrifical, a Igreja revive o acontecimento total da Páscoa; realiza a memória da morte e ressurreição do Senhor, uma memória que não é apenas lembrança, mas uma reapresentação real do próprio acontecimento, no rito litúrgico.  

O Crucificado Ressuscitado se torna presente como cordeiro imolado e vivo. O pão é realmente o Seu corpo doado.  O  vinho é realmente o Seu sangue derramado. A Sua Palavra, com o poder do Seu Espírito, realiza, na verdade, aquilo que anuncia. O pão e o vinho não são mais um alimento e bebida usuais; tornaram-se, por uma mudança singular e admirável, o que a Igreja chama de transubstanciação, o corpo e o sangue do Senhor, a Sua nova presença, verdadeira, real e substancial, dinâmica e pessoal, no ato de dar Sua própria pessoa, e não apenas a graça, como nos outros sacramentos.

A  EUCARISTIA  É  UM  SACRIFICIO

Sacrifício não é, originalmente, um ato custoso que implica dor, renúncia ou  sofrimento.

Quando dou algo a uma pessoa, o que dou passa a ser dela, terá, conforme o caso, o seu nome, a sua marca ou o seu estilo. Um carro sempre sujo ou sempre limpo indica o dono que o possui.

O que dou a Deus passa a ser de Deus. Tudo o que é de Deus é santo. O que dou a Deus passa a ser santo, sagrado. Assim, uma casa, transformada em capela, passa ser sagrada. Uma madeira ou pedra, transformada em altar, passa a ser sagrada. Um metal, transformado em cálice, passa a ser sagrado.

Quando os povos antigos, ofereciam a Deus seus frutos, novilhos e ovelhas, essas oferendas passavam a pertencer a Deus. Passavam a ser santas, sagradas. Oferecer algo a Deus é fazer essa oferenda tornar-se santa, sagrada. 

Diziam: “Santo fiz”- “sagrado fiz” - “sacro fiz” - donde nasceu a palavra : “sacrifício”.

Sacrifício é tudo aquilo que tiro de mim dou a Deus. Como os novilhos e ovelhas e pombos eram mortos no altar e para morrer passavam ainda pelo sofrimento e pela dor, a palavra “sacrifício” passou a carregar, também, o sentido de dor, sofrimento, morte.

Vítima - não é o que sofre. Vítima é o que é oferecido a Deus. Vítima seria sinônimo de “dom” - “presente”- “oferenda”!

Como a vítima era imolada no altar, passando pela dor, pelo sofrimento e sofrendo a morte, a palavra vítima passou a ter o sentido de ser “aquele que sofre”.

Deus é infinitamente perfeito e nada lhe falta. Tudo o que temos na terra é criatura de Deus. Depois que Jesus veio até nós, não tem mais sentido oferecer as coisas que temos como um sacrifício agradável a Deus. Hoje, o que temos de melhor na terra e agradável a Deus é o Seu Filho Jesus Cristo. Se quisermos fazer uma oferenda agradável a Deus, a única coisa que temos de bom e a maior é Jesus Cristo presente na hóstia consagrada.

Na Eucaristia, oferecemos ao Pai, o Seu próprio Filho Jesus Cristo que está presente na hóstia consagrada. Ele é uma oferenda pura, santa, imaculada e agradável ao Pai. Deus tem que aceitar! Deus não pode não querer receber nossa oferenda santa: o Seu amado e Único Filho!

Jesus que é o Santo, é o grande sacrifício que podemos oferecer ao Pai. A vítima subtraída ao poder humano. É o nosso dom a Deus. Passa a ser de Deus. Não oferecemos mais novilhos ou ovelhas, mas o próprio Jesus Filho querido de Deus!

Como não posso morrer no altar com Jesus, em cada missa de que participo, eu me ofereço ao Pai, com Jesus. Ofereço minhas alegrias, vitórias, realizações, meus trabalhos e também minhas contrariedades, tristezas, decepções, angústias, doenças e sofrimentos. Coloco minhas alegrias e dores junto às de Jesus, que no altar da missa, é oferecido ao Pai.

A partir do momento em que me ofereço a Deus, em minhas alegrias e sofrimentos, com Jesus, não tenho mais nem direito nem motivos para clamar da vida. Um católico que participa bem da missa vive sempre alegre na alegria de Jesus.

A oferenda sacrifical é um ato de culto - social, em grupo de pessoas. Não se pode oferecer em particular, em nome próprio. Mas um, pelo grupo, o sacerdote, oferece ao Pai o nosso Dom Jesus Cristo. Mesmo quando um padre rezasse sua missa sozinho, sem acompanhantes, ele estaria rezando em nome de um grupo de pessoas (sua comunidade) e não em nome próprio.

Na missa, Cristo é o sacerdote. Cristo é o nosso Dom, Ele é, também, a vítima. Quando um padre dá a bênção ao povo, ao final da missa. É Jesus Cristo que abençoa o povo na pessoa do Padre. É Jesus, que na pessoa do sacerdote, oferece ao Pai Jesus presente na hóstia e vinho consagrados. É um mistério. Mas aceitamos esse mistério  em nossa vivência de fé.

Cada missa é o prolongamento do calvário; é a continuação da morte de Jesus, é um sacrifício, é um dom eterno.

Na missa Jesus nos congrega, nos reúne em torno Dele. Para participar bem da missa eu devo me transformar em dom, em vítima e com Jesus, entregar-me, no altar, ao Pai: - “Toma-me Senhor, e dá-me a generosidade de querer ser teu, sem condições.

O momento central da missa está na consagração. É o momento em que Jesus desce ao altar. É o momento de você se oferecer, com Cristo que morre na cruz. Não é momento de oração de louvor e adoração a Cristo. Todas as orações da missa são dirigidas ao Pai, não a Cristo!

Não é correto fazer nesta hora a bênção com o Santíssimo Sacramento. A bênção com o Santíssimo acontece em um outro ato litúrgico, bem diferente da missa. Na missa estamos celebrando a morte e a ressurreição de Jesus. Na missa, sobretudo na hora da consagração estamos aceitando morrer com Jesus no dia a dia da nossa vida.

A  EUCARISTIA  É  UM  SACRAMENTO

Sacramento é sinônimo de Mistério! “Eis o mistério da fé!”

Sacramento é um sinal sensível e eficaz da Graça. Todo sacramento significa uma graça e realiza a graça que significa.

O Deus que eu não vejo, atua no meu espírito que eu não vejo, me dá uma graça que eu não vejo, através de sinais que eu posso ver!

O pão e o vinho são alimentos que posso ver, sentir, cheirar, tocar, saborear. Neles estão presentes, após a consagração, o corpo e o sangue de Cristo, vivo e verdadeiro. Ao comer o pão consagrado, ao beber o vinho consagrado eu estou comento e bebendo ocorpo e o sangue de Jesus Cristo!

A  EUCARISTIA  É  UM  BANQUETE

Quando você quer honrar uma pessoa você a convida para uma refeição em sua casa. Na refeição você sela, reforça, aumenta a amizade com aquela pessoa. A refeição une e estreita as nossas amizades.

Santo Agostinho ensinava que não sou eu que recebo Cristo. É Cristo que me recebe em mim.

Vamos entender isso melhor e de uma maneira muito simples:

Quando dois seres vivos se encontram vence o mais forte e desaparece o mais fraco.

Falando, ma vez a crianças na celebração de sua Primeira Eucaristia, perguntei:

- Se vocês colocarem numa caixa um gato e um ratinho, qual é o mais forte?
As crianças: - O gato.
- O que vai acontecer?
- O gato vai comer o ratinho?
- E o ratinho?
- Ele some, desaparece, ele vira gato!

- E se colocarem  numa caixa um coelhinho e uma folha de couve, qual é o mais forte?
- O coelhinho.
- O que vai acontecer?
- O coelhinho vai comer  couve.
- E a couve?
-Ela desaparece, some. Ela vira coelho!

- E se colocarem numa sala uma onça e um coelho, qual é o mais forte?
- A onça.
- E o que vai acontecer?
- A onça vai comer o coelho.
- E o coelho?
- Ele some, desaparece, ele vira onça.

- Bem, e se agora nós colocarmos você e Jesus na mesma sala. Qual é o mais forte?
- JESUS!  Respondiam as crianças, em coro.
- E quem vai sobrar?
- As crianças, sorriam, se olhavam,  sem saber responder...

E com muita alegria lhes dizia:
VAI SOBRAR  JESUS  COM  SEU  ROSTINHO! Depois da comunhão é Jesus que em você volta para sua casa. E quando você beijar o papai e a mamãe, é Jesus que em você estará beijando o papai e a mamãe!
 
É por isso que quem comunga, recebe Jesus em seu coração, ao voltar para casa, volta melhor do que antes da missa: não briga, não bate no irmãozinho, não xinga, não desobedece, é alegre e amigo de todas as crianças e dos grandes, também!...

A história é singela mas nos ajuda a compreender o que acontece no mistério da comunhão eucarística. Nós nos tornamos um só em Jesus Cristo. Conforme nos ensina São Paulo (1 Cor 9,21) “Eu não sou sem lei, visto queCristo é a minha lei!”

Tem sentido ir à missa e não comungar?

Seria como aceitar um convite para um almoço e, na hora da refeição, enquanto todos se sentam à mesa, aquela  pessoa se coloca de lado e em pé. E quando alguém a convida para se assentar ela responde: - “Não, obrigado, eu só vim cheirar!”

Se ela está doente e não pode aquela refeição forte, todos vão entender.

Assim, quem está em pecado, está doente. Pode e deve ir à missa e participar da alegria e da conversa. Mas não deve receber Jesus até que a luz da graça volte a brilhar em seu coração, até que recupere a saúde de sua vida espiritual.

No dia do nosso batismo foi acesa a fogueira do amor de Deus em nosso coração. A eucaristia é lenha nova e seca que aumenta a luz e o calor do amor de Deus em nós. Mas não se põe lenha nova em fogueira apagada. Se a luz do meu coração apagou pelo pecado, eu devo, antes de comungar, reacendê-la pelo sacramento da reconciliação, fazendo uma santa e piedosa confissão.

Vale participar da missa pela televisão? 

O que você acha de jantar pela televisão? Enquanto os atores da novela se assentam e comem comidas gostosas, você, vê e vai se deitar. Matou a fome?

Acompanhar a missa pela televisão serve para participar da alegria de das conversas (pregação) de tantas coisas bonitas sobre Deus entre as pessoas que estão participando daquela missa. Ajuda, sobretudo a quem está em casa ou doente e não pode participar, pessoalmente, da missa. Aos doentes, o ministro da comunhão, vai, depois, levar Jesus vivo e verdadeiramente presente na hóstia consagrada, que vai visitar o doente como amigo e companheiro.

Quando devo ir à Missa?

A Igreja manda que participemos da Santa Missa, ao menos aos domingos, celebrando a morte e a ressurreição do Senhor Jesus. Há pessoas que gostam de ir `a missa aos sábados.  O sábado, após o meio dia faz parte da liturgia do domingo. Ir à missa aos sábados à tarde ou à noite, é como se fosse ir aos domingos. Erram, de certa maneira, aquelas que indo aos sábados, falam assim:  - “Eu gosto de ir à missa aos sábados, pois desta maneira já fico livre”!  Imaginem um namorado que falasse: - “Eu gosto de beijar a minha namorada aos sábados, pois assim já fico livre para o resto da semana”!...  Nesse tipo de missa ou beijo não há amor!...

O bom seria não ficar só na missa dos domingos e ir sempre que puder, ao menos mais uma ou duas vezes por semana.

Como me vestir para ir à Missa?

É sempre bom lembrar que Missa é Missa. Há uma roupa para trabalhar em casa; há uma roupa para trabalhar fora de casa; há uma roupa para ir à praia; há uma roupa para ir ao baile; e deve haver, também uma roupa modesta, sem luxo, para  ir à missa! A roupa de ir à Missa não deve chamar a atenção dos outros nem pelo luxo ou moda nem pela falta de modéstia.

Vocês que estão aqui, são pessoas mais santas. Mas o que vou estou falando serve para vocês sentirem segurança nos bons costumes da Igreja e ajudar os que nõ sabem. Por exemplo, tenho visto em igrejas de diversas regiões do Brasil, jovens mascando chicletes durante a missa  e até na fila de comunhão!

Poderia alguém dizer:

- “Com tantas comunhões, como eu deveria ser melhor! ”

E poderíamos responder:

“Sem tantas comunhões, o que seria de mim?”

Quero ler para vocês uma poesia, que me parece bonita, é de autor desconhecido e a ouvi de um irmão Bispo.

A   LENDA   DO  AMOR

Era Uma vez o AMOR...
O amor morava numa casa assoalhada
de estrelas e toda enfeitada de sóis.
Mas não havia luz na casa do Amor,
Porque a luz é o próprio Amor.

E, uma vez,
O Amor queria uma casa mais linda para si.
- Que estranha mania esta do Amor!

E fez a terra.
E na terra fez a carne.
E na carne soprou a vida.
E na vida soprou a imagem de Sua semelhança.
E a chamou de homem.
E dentro do peito do homem o Amor construiu a Sua casa,
Pequenina mas palpitante,
Irrequieta, insatisfeita, como o próprio Amor.

E o Amor foi morar no coração do homem
E coube todinho lá dentro.
Porque o coração do homem foi feito do Infinito.

Uma vez...
O homem ficou com inveja do Amor.
Queria para si a casa do Amor, só para si.
Queria para si a felicidade do Amor, como se o Amor pudesse viver só.
E o homem sentiu uma fome torturante.
E comeu....
O Amor foi-se embora do coração do homem.
O homem começou a encher o seu coração:
Encheu-o com todas as riquezas da terra,
E ainda ficou vazio.
E o homem triste, derramou suor para ganhar a comida.
(Ele sempre tinha fome).
E continuava com o coração vazio.

Uma vez...
Resolveu repartir o seu coração inútil com as criaturas da terra.
O Amor soube.
Vestiu-se de carne e veio, também, receber o coração do homem.
Mas o homem reconheceu o Amor e o pregou numa cruz.

E continuou a derramar o suor para ganhar a comida.

O Amor, então, teve uma idéia:
Vestiu-se de comida, se disfarçou de Pão e ficou quietinho...
Quando o homem faminto ingeriu a comida
O Amor voltou à sua casa, no coração do homem.
E o coração do homem se encheu de plenitude.

Dom João Bosco Óliver de FariaAdministrador Diocesano de Patos de Minas e
 Arcebispo Eleito de Diamantina